Esses dias, assisti a um mini documentário muito bonitinho
sobre uma argentina solteira aos 35 anos e senti uma vontade enorme de escrever
sobre casamento.
Acho esse assunto muito delicado nos dias de hoje, porque de
um lado estão as pessoas que sempre sonharam com essa vida, mas se escondem
atrás da opinião de que é coisa do passado; do outro lado estão os que fazem de
tudo para pisarem no altar e se relacionam com qualquer um e no meio dos dois
estão os que querem viver a liberdade e fogem com medo de qualquer compromisso
que apareça pela frente.
Não faço ideia de como seja a vida de casado e minha única
experiência é ser filha de dois apaixonados. Porém, sentada na igreja vendo
duas pessoas jurarem amor eterno parece ser algo simples e muito fácil. Afinal,
todo mundo casa...mas todo mundo se separa.
Vejo muitas pessoas solitárias e extremamente carentes
tomando atitudes grandes como essa, apenas pelo medo de ficarem sozinhas. Estão
tão sedentas por um namorado/marido que acabam se relacionando com o primeiro
ser que aparece e na minha opinião é, por isso, que existem tantos desfechos,
traições, mentiras e infelicidades entre casais.
O outro lado são as pessoas que morrem de medo desse
compromisso por medo de perder a liberdade. Eu confesso que já fui uma delas e
tenho motivos de sobra para acreditar que um companheiro pode tornar o
relacionamento um verdadeiro inferno, mas prefiro acreditar no amor.
Várias vezes, vi tanto meu pai quanto minha mãe abrindo mão
de detalhes para seguir o outro e vejo o quão necessário e importante é ceder. Não
basta viver com medo da felicidade por acreditar que alguém tem o poder de
tirar a nossa liberdade, porque a única pessoa que pode fazer isso somos nós
próprios. Casamento, além de tudo é companheirismo e se, por ventura, a gente encontra
um parceiro que não goste de aproveitar da mesma liberdade, então com certeza a
opção casar é abrir mão do que realmente é importante para nossa alma.
Se a paixão da nossa vida é conhecer pessoas, precisamos namorar
alguém que, pelo menos, não seja ciumento, se somos fascinados por música e não
conseguimos viver sem ir à concertos, então precisamos de um companheiro que adora
isso e nos acompanhe, se o essencial da vida é passar os finais de semana
escalando montanhas e tirando fotos de paisagens, então não vale a pena estar
com alguém que goste de ir à balada todo sábado. Se nos próximos 5 anos, viajar
é mais importante que ter filhos, então não é uma boa escolha estar com alguém que já
tenha a decoração do quartinho pronto. Ceder é extremamente necessário, mas
para as coisas que não fazem parte da nossa essência. Se abrimos mão do que
mais nos importa para agradar alguém, uma hora ou outra esse sentimento vai voltar
e vamos começar a nos questionar: será que vale a pena abdicar de algo
que nos completa só para estar acompanhado?
Aquela velha frase, não sei se caso ou compro uma bicicleta
me deixa vários pontos de interrogação e não consigo entender porque todo mundo
nesse mundo associa casamento a falta de liberdade. Se realmente nos
conhecemos e sabemos o que queremos vamos escolher estar com alguém que
compartilhe dos mesmos gostos e optamos por um relacionamento de amizade que
com certeza fará da vida a dois uma aventura. Casar é ter uma companhia para o
resto da vida. É escolher alguém para ensinarmos e aprendermos. É estar com
alguém que nos encoraje e aponte o caminho certo ou nos ajude a colocar o pé no
chão nas horas oportunas. É encontrar alguém para sair da rotina com diversão.
O documentário termina com uma frase que faz muito sentido
para esse texto:
``agora, vejo que tudo o que eu procurava estava muito mais
perto do que eu pensava. Seja com alguém ou sozinha...nesses vislumbres em que
você ama e aceita a si mesmo...o mundo ao redor muda. Afinal, a felicidade é
uma escolha.´´