3 de janeiro de 2014

Família

Nos últimos dias reaprendi a estar acompanhada. Por conta das festas de fim de ano fui e recebi a visita de um primo que mais parece meu irmão. Ontem ele foi embora e parece que junto levou um pedacinho de mim. Sabe aquele aperto no peito quando se precisa dar tchau a alguém que a gente gosta muito? Pois é, é isso que eu sinto toda vez que deixo alguém da minha família.
Não fui criada para estar sozinha. Com apenas dois anos, ganhei um irmão e no dia-a-dia estava sempre rodeada de primos para brincar e ocupar o tempo. Na adolescência, mesmo rabugentos, ainda tinha meu irmão, tinha meus pais e tinha sempre aquela companhia gostosa no café da manhã, almoço, janta e até mesmo na hora de ver televisão.
Acredito, que da mesma forma que os pais não estão preparados para verem seus filhos irem embora de casa, nós filhos, também não estamos preparados para ficarmos sozinhos. Sair da nossa zona de extremo conforto e aconchego é uma liberdade acompanhada de solidão. Sim, solidão. Mesmo com amigos, festas, trabalhos, nós não conseguimos preencher aquele carinho que só nossa família nos dá. E pode passar o tempo que for. Uns, tentam superar essa barreira e encaram a vida de frente a amenizando com namoros e amigos, outros se perdem entre álcool e excesso de festas em busca daquela carência familiar.
Nós somos feitos para vivermos em grupo e nos acostumamos muito rápido com as companhias e de forma muito lenta a ficarmos sozinhos. E é tão injusto que deveria ser uma equação de equilíbrio com direitos iguais para ambas as situações. Mesmo tendo consciência desse ritmo de vida, ainda dói. Dói levantar no dia seguinte e tomar o café da manhã sozinha. Dói preparar o almoço e jantar sozinha. Mas faz parte. Agora, é viver esperando a próxima visita que por muita sorte já está marcada. Irmão, chega logo, por favor.

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